quinta-feira, 22 de abril de 2021

Perceber é equilibrio dinâmico entre nossas luzes e sombras

A sobrevivência, física e psíquica, requer uma dualidade perceptiva. Da dialética entre dois pontos de apoio, a matéria e seus reflexos em nós, em meio a tantos nós cotidianos, surge a dinâmica Consciência, condenada à Liberdade da Escolha como dizia Sartre. O substrato dessas experiências não tem lastro, não tem sustentação, não tem porto nem cais pois é sempre uma nova experiência. Quando julgamos algo, ou alguém, aquilo já não É mais, em seu movimento já mudou, mudou em si, mudou para nós, já é diferente. Nossa percepção é dinâmica, a sensação é dinâmica, nunca conseguimos chegar à essência das singularidades pois são flutuantes, infinitas e ao mesmo tempo infinitesimais. Somos o Movimento na viagem da Vida. Avaliar alguém ou alguma coisa seria apoiar-se apenas em algum dos binários pontos de sustentação, o "externo" ou o "interno". O que nos resta? Apreciar na tela do espelho da vida o show de luz e sombras dos contrastes das experiências, das vivências cotidianas, na busca do equilíbrio de cores selecionadas por nossas palpitantes pupilas impactadas pela intensidade de cada momento.
Gildo Fonseca.

Foto: A pose de beber, Reedling barbudo (Panurus biarmicus). Foto: Edwin Kats. Imagem compartilhada da pág. de Lucília Oliveira.

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