(Evelin Pestana, Casa Aberta - Psicanálise, Arte e Educação - postagem feita a pedido de Cláudia Alcantara).
terça-feira, 11 de maio de 2021
A
ansiedade é o primeiro sinal de afetos não reconhecidos, não nomeados,
difíceis ou impossíveis de elaborar. Na infância, em que a criança ainda
depende em demasia do adulto, e devido a que ela ainda está em contato
com o mundo da palavra, o corpo se torna o palco privilegiado de
manifestações diversas de ansiedade: tiques nervosos, agitação,
impulsividade, retraimento, isolamento e, em muitos casos, doenças
psicossomáticas. A ansiedade na infância aponta para a dificuldade de
"ser" quando ainda está em questão a construção do sentido de si mesmo,
na estreita relação com o ambiente cuidador (Winnicott). Aos pais, e
adultos em geral, cabe a tarefa de continente, filtro e pára-raios da
criança. A ansiedade na infância é signo de que também falta à família
as condições para cumprir sua função. São muitas as crianças que,
impedidas de ser, precisam se descaracterizar como crianças para passar a
"cuidar" das angústias dos pais: papéis invertidos que testemunham que o
que falta à criança é também o que falta aos pais. Ninguém nasce
sabendo; aos adultos, cabe querer saber
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