domingo, 2 de maio de 2021

Existencialismo: Benedito Nunes mesclando Heidegger, Sartre e Lispector

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

É preciso criar um Sentido, que toda experiência não possui, através de cada um de nossos atos e através deles fazer um consciente mergulho na infinitude da Liberdade. Mergulho esse que se impõe apesar da náusea e contra todo o Absurdo.

Nosso amado Benedito Nunes explana maravilhosamente a respeito:

"O mal-estar da angústia provém da insegurança de nossa condição. Abandonado, entregue a si mesmo, livre, o homem que se angustia vê diluir-se a firmeza do mundo. O que era familiar torna-se-lhe estranho, inóspito. Sua personalidade social recua. O círculo protetor da linguagem esvazia-se, deixando lugar para o silêncio".

"Sentimo-nos existindo, em confronto com a nossa própria existência, sem a familiaridade do cotidiano e a proteção das formas habituais da linguagem, sentimo-nos, ainda, que essa existência é uma irremediável contingência, ameaçada pelo Nada, [...], que nos dá a compreensão do ser".

"É a vertigem da consciência, como ser precário, falho, não idêntico a si mesmo (Para-si), oposto ao modo de ser das coisas (Em-si), e que cria, devido à sua própria carência através das possibilidades que projeta no mundo, o sentido da existência. Originária, a liberdade dimensiona o Em-si, sob forma de “realidade”; mas o Em-si, para o qual se volta a consciência e que de certa maneira a polariza, nem com ela coincide, nem pode determiná-la. Aspirar pelo Ser é para o homem, condenado à liberdade que a sua condição ontológica impõe, 'uma paixão inútil'."

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