quinta-feira, 23 de março de 2023

A CÓPULA DIALÉTICA DE PRETENSIOSAS VERDADES
 
"O excesso de verdades é pior que o erro". Pascal
 
O êxtase das contradições, semente da dinâmica espiral de novas verdades, vive no interlúdio, no lapso da consciência, entre vácuos de pretensa lucidez, no intervalo de fracionadas realidades, entre elos de contrastes que alimentam fugazes, contraditórias, voláteis, fugidias e pretensiosas percepções.
 
O erro, coadjuvante de tantas verdades individuais, alicerça nossos passos de navegantes nauseabundos no oceano do existir.
 
Nos interstícios de todos os sistemas binários, ou quânticos, em todas as manifestações, está, oculta, sob o véu da loucura e insensatez, a patética tentativa do Ente de levantar-se, de afirmar o "seguro" dentro de dinâmicas tão inseguras, um ponto dentro de retas, um finito dentro de tantos infinitos, "porquês" dentro de tantos "como".
 
A suposta razoabilidade, extasiante, do Instante Perceptivo é gozo embriagador, morfínico, da Consciência em trânsito, no ventre de Infinitos possíveis contidos em todo finito presente. Nossa Consciência, mera coadjuvante, é delimitada pelo protagonismo da cerca limitadora da percepção em cada evento, cerca carrasca, da danação onde queimam todas as nossas amarras e porquês. Escravos da Liberdade. Soberanos de nossas próprias limitações. Absolutos em cada Relatividade.
 
Gildo Fonseca.

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